Publicado originalmente em inglês no Brownstone Institute
Em grau de importância, a pandemia de COVID-19 foi o maior evento da história da humanidade desde a Segunda Guerra Mundial. Desde aquela época, nada causou tanto medo em todo o planeta como o que se iniciou em 2020. Devido ao pavor generalizado, com o lockdown chegamos ao ponto de parar o mundo completamente, algo que nunca havia acontecido antes na história. Para provar isso, ficaram as assustadoras e distópicas fotos de grandes metrópoles vazias e aviões estacionados nas pistas de decolagens dos aeroportos.
Durante a guerra fria, com a crise dos mísseis, de 1962, quando a União Soviética levou mísseis nucleares para Cuba, houve bastante medo. Algumas famílias dos EUA e Europa até construíram bunkers de sobrevivência em suas casas. Mas isso não chegou nem perto da proporção mundial do pavor causado pela COVID-19.
Entretanto, o medo causado pela guerra fria, aquela sensação de que o mundo poderia acabar com explosões nucleares a qualquer momento, mesmo sendo mais localizado e por menor tempo, comparado ao pavor recente da COVID-19, gerou logo depois, como um lado positivo, uma cultura formidável: os Beatles, revolucionando a música e interpretando o mundo, surgiram daquilo. Os Rolling Stones e o Pink Floyd vieram daquele medo. Ao mesmo tempo, inventaram a mini saia, a pílula anticoncepcional e as liberdades sexuais foram conquistadas. Em 1968, conhecido como “o ano que nunca acabou”, jovens do mundo todo quiseram protagonismo e tomaram as ruas de cidades de todos os continentes. O movimento hippie, da paz e do amor, surgiu deste caldo.
Entendo que foi um processo de libertação, onde os jovens do planeta enterraram aquele medo bem alimentado da guerra nuclear. Todos estavam pensando e expressando um sonoro e revolucionário “queremos viver”.
Covid afetou mais os idosos
Para você continuar lendo este artigo, você precisa concordar comigo em um único aspecto. Precisa concordar que a COVID-19 é uma doença que atinge mais os idosos do que jovens e crianças. Até porque idosos possuem muito mais comorbidades, somadas ao longo da vida, do que jovens. É extremamente básico isso e eu nem vou dar links para estudos científicos que comprovam esse fato.
Estratégia de vendas
“Você se vacina não apenas por si mesmo. Você se vacina também para proteger a sociedade”, afirmou Albert Bourla, o CEO da Pfizer, na reunião do Fórum Econômico Mundial de 2022. Essa foi a mensagem principal no mundo todo. No Brasil, por exemplo, em todos os programas de televisão, a mensagem foi a mesma: “A vacina protege tanto vocês, quanto as pessoas ao redor de vocês”, afirmou o epidemiologista Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas, na TV Globo, a maior do Brasil, também no início de 2022.
O que pouca gente sabe é que esta mensagem foi, previamente, estudada. Antes de lançarem as vacinas, cientistas de Yale fizeram uma pesquisa para saber quais mensagens seriam mais eficientes para que as pessoas aderissem. “É ainda mais eficaz adicionar uma linguagem que enquadre a adoção da vacina como proteção de outros”, concluíram os cientistas na pesquisa.
Ou seja, toda a tônica da campanha de vacinação foi “proteger a vovó”. A partir daí, com informação amplamente divulgada que as vacinas Covid-19 seriam um pacto social, políticos de diversos lugares do mundo implantaram passaportes sanitários e, em alguns casos, a obrigatoriedade de vacinação em todos, incluindo crianças e bebês.
Só há um problema com essa mensagem
Ela não é verdadeira. A mensagem de marketing mais eficaz falou de uma capacidade que as vacinas COVID-19 nunca tiveram: reduzir ou impedir a transmissão.
Era outubro de 2022. Rob Roos, um político holandês, durante uma audiência da Comissão Especial do Parlamento Europeu sobre a COVID-19, fez um questionamento direto a Janine Small, alta executiva da Pfizer que representa a empresa em audiências oficiais: “A vacina COVID da Pfizer foi testada para impedir a transmissão do vírus antes de entrar no mercado?”, perguntou. Janine respondeu de forma direta: “Não”.
Além de perguntarem diretamente ao fabricante, outro eurodeputado fez um questionamento direto à Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que aprovou as vacinas para toda a Europa. Emer Cooke, diretora-executiva da entidade, respondeu admitindo: “Você está correto ao destacar que as vacinas contra a COVID-19 não foram autorizadas para prevenir a transmissão de uma pessoa para outra. As indicações são para proteger apenas os indivíduos vacinados”.
“Os relatórios de avaliação da EMA sobre a autorização das vacinas destacam a falta de dados sobre transmissibilidade”, complementou Cooke no documento.
Ou seja, a eficaz mensagem que as vacinas covid seriam um pacto social foi propaganda enganosa em escala global. Mas coisas assim, para os mais atentos ao histórico do ramo, não é nenhuma surpresa. Segundo um levantamento publicado em 2020 no periódico JAMA, apenas nos EUA, as maiores farmacêuticas pagaram US$ 33 bilhões em multas judiciais entre 2003 e 2016 por atividades ilegais, incluindo fraudes, subornos e propagandas enganosas.
Esse valor não é pouco dinheiro. Mas na conta, vale a pena: “multas de US$ 2 bilhões por ano, receita de US$ 600 bilhões por ano. O crime organizado aumenta porque o crime compensa”, afirmou Peter Gotzsche, médico dinamarquês, professor emérito, cofundador da Cochrane Collaboration, de onde foi expulso por suas denúncias contra a indústria farmacêutica.
“Os pacientes pagam com suas vidas, já que as drogas são a principal causa de morte. Por que os piores crimes do mundo não são combatidos?”, questiona.
Enganaram a todos, como de costume. E como esperado para algo de grande espectro de dominação econômica, não houve manchetes do mundo todo.
Quem tentou denunciar foi censurado
Para cobrir a lacuna dos grandes jornais não denunciando propagandas enganosas, jornalistas independentes começaram a investigar, como é o caso de Alex Berenson, ex jornalista de ciência do New York Times.
“Não é hora de admitir que as vacinas não param a transmissão da COVID? Os dados são claros”, postou Berenson em seu Twitter, em agosto de 2021. Sua afirmação era simplesmente verdadeira. Ele citava estudos observacionais iniciais que indicavam alguma redução na transmissão, mas não eliminação, especialmente com a variante Delta.
No dia seguinte, o Twitter o baniu permanentemente. A alegação foi de violação de regras: “informação falsa sobre COVID-19”. Logo depois, ficou comprovado que a Casa Branca coagiu as redes sociais a censurarem diversos jornalistas, cientistas e denunciantes que apontassem que a propaganda das vacinas era enganosa.
Deixe eu colocar as coisas na proporção correta aqui. Nos EUA, a liberdade de expressão é um valor tão arraigado na sociedade que eles, em nome desse princípio, toleram pessoas andando com bandeiras nazistas na rua. Ou seja, nos EUA, você pode andar com uma bandeira dessas na rua, mas não pode apontar que existe uma propaganda enganosa de um produto farmacêutico. Aí é passar do limite, não dá. É intolerável, sabe?
Possível redução pífia em curto prazo
No meio de 2022, a Lancet já publicava que a eficácia da vacina Covid infantil para infecção sintomática caia para pífios 21% após pouco mais de um mês da aplicação. Mesmo assim, sem comprovar se a redução de infecção sintomática se traduz em redução da transmissão da doença.
Logo no fim de 2022, Vinay Prasad, conceituado professor da Universidade da Califórnia, publicou um importante estudo no periódico BMJ, um dos mais prestigiados do mundo. O estudo tratava sobre a ética de coagir jovens, de baixo risco de morte com a COVID-19, a tomarem as vacinas COVID-19 via passaportes sanitários em escolas e universidades. Sua conclusão foi alarmante: o risco de um jovem ser hospitalizado devido aos efeitos colaterais da vacina era maior do que o risco de ser hospitalizado com uma possível infecção por COVID-19.
Os dados indicavam claramente: seria necessário vacinar de 30 a 40 mil jovens para evitar uma única hospitalização por COVID neste grupo. Contudo, tais vacinações resultavam em 18,5 eventos adversos graves, incluindo miocardite e pericardite, que, por sua vez, geravam entre 1,5 e 4,6 internações. Em outras palavras, o número de internações causadas pelos eventos adversos da vacina seria superior ao número de hospitalizações por COVID que seriam prevenidas.
Crianças e jovens como escudos humanos
Os idosos controlam o poder: governos, corporações e mídia. Os idosos eram o grupo de risco real. Os idosos mandaram crianças e jovens, de baixo risco da doença, se vacinarem sob pretexto de “proteger a vovó”. Ou seja, proteger eles mesmos. Tudo baseado na propaganda, não comprovada, como assumiu a executiva da Pfizer e a diretora da EMA, de que reduziria a transmissão.
Uma única autoridade governamental de saúde ensaiou um pedido disfarçado de desculpas por um dia ter recomendado vacinas COVID-19 para crianças e adolescentes. Foi o Ministro da Saúde da Dinamarca, Soren Brostrom, no início de 2022. Ele fez isso por ter recomendado para crianças entre 5 e 17 anos. Soren, mesmo antes do estudo de Prasad, em uma entrevista de TV, ao comentar o fim da recomendação do governo dinamarquês, comentou: “Visto pelo retrovisor, não tiramos muito da expansão do programa de vacinação para crianças, em termos de controle epidêmico. Mas isso é visto pelo retrovisor”.
Contudo, em diversos países, com mais oferta do produto, seguiram o caminho oposto e passaram a recomendar vacinas covid para bebês a partir de 6 meses de idade, como nos EUA e Brasil.
Um adendo: o Brasil foi mais longe ainda, e a partir de 2023 passou a ser obrigatório vacinar bebês da COVID-19, tornando-se o único país do mundo a fazer isso. Ou seja, o Brasil tornou-se desova de produtos farmacêuticos rejeitados no mundo todo. Afinal, nos EUA, apesar de ter sido recomendado para bebês a partir de 6 meses, menos de 5% dos pais aderiram. Segundo adendo: agora, em 2025, os EUA retiraram essa recomendação, igualando-se à maioria dos países da Europa. Mas no Brasil, essa obrigatoriedade insana ainda persiste.
Eu, no início de 2023, assustado com a bizarrice do Brasil ser o único país do mundo obrigando para todos os bebês a partir de 6 meses de idade, além de diversas escolas e universidades para jovens se manterem exigindo para matrículas, entrei em uma discussão com um médico pediatra, farmacêutico e professor de medicina de uma das mais importantes Universidades Federais do Brasil. Eu acreditava que mostrar as últimas evidências científicas seria mais que o suficiente para todas as universidades do Brasil posicionarem-se institucionalmente contra, fazendo com que essa maluquice governamental fosse derrubada.
Durante a discussão, enviei ao médico o link de um artigo no periódico Science: “A obrigatoriedade da vacinação contra a COVID-19 ainda faz sentido?”. O artigo, publicado em março de 2023, foi escrito por uma correspondente da Science na Alemanha. “Ficou claro que a imunidade induzida pela vacina perde rapidamente sua capacidade de prevenir a infecção e a disseminação das variantes mais recentes”, constatou a autora.
O professor reclamou que o texto na Science não era um artigo científico publicado, onde poderia acessar os métodos, resultados e discussão, mas apenas um artigo de opinião: “Esse é uma matéria da Gretchen Vogel que aponta a necessidade de revisar alguns critérios sobre a vacinação, mas não invalida sua importância no controle da pandemia”, respondeu o professor.
Já que o professor, com mais de 60 anos, pediu um artigo científico com todos os cálculos e métodos. Enviei, na sequência, o estudo de Prasad, que mostra que seria necessário vacinar entre 30 a 40 mil jovens para evitar uma única hospitalização por COVID, gerando aproximadamente 18 efeitos colaterais graves e gerando entre 1,5 e 5 internações por problema cardíaco nesses jovens.
O professor não negou os efeitos colaterais graves e problemas cardíacos. Ele pensou apenas em outra coisa: “eles não discutiram o risco da transmissão da doença para contatos suscetíveis (vulneráveis) naquele ambiente ou nos domicílios. O artigo não questionou a proteção das vacinas e seu impacto positivo na pandemia”.
E a eficácia cai rapidamente e vira… negativa
Pouco tempo depois, no meio de 2023, a Cleveland Clinic, um dos maiores centros hospitalares dos EUA, publicou um estudo verificando a eficácia das vacinas em seus mais de 50 mil funcionários. Compararam não vacinados e vacinados, além de comparar o efeito em quem tinha poucas ou todas as doses recomendadas.
O estudo é rigoroso e tinha pontos fortes: como é uma entidade hospitalar, os exames eram incentivados entre os funcionários diante de qualquer suspeita, até para dispensá-los do trabalho. Portanto, havia um controle rígido.
Até aquele momento, sabíamos que a eficácia para prevenção da COVID-19 era baixa e que caia rapidamente, sem sabermos, exatamente, se servia para reduzir a transmissão. Com esse estudo, ficamos sabendo que a eficácia, na verdade, continuava caindo até ficar negativa. Ou seja, aumentando a chance de pegar, fazendo exatamente o contrário do que uma vacina deveria fazer.
“Quanto maior o número de vacinas recebidas anteriormente, maior o risco de contrair COVID-19”, escreveram os cientistas da Cleveland Clinic.
Ou seja, a informação consolidada é: a redução de chance de infecção é transitória, cai rapidamente, danifica o sistema imunológico e torna-se negativa.
Deu muito errado.
Esquecimento conveniente
Do início da pandemia até hoje, passamos mais de cinco anos, quase seis. Foi um dos maiores eventos de disrupção da vida cotidiana da história. Ao mesmo tempo, ninguém fala do assunto na mídia, deixando de pautar as rodas de conversa ou encontro entre amigos.
Há, implícito nisso, um forte interesse em fazer toda a sociedade esquecer do assunto e olhar para frente, para outras coisas.
Se estivéssemos falando da história recente, toda a sociedade teria que se confrontar com uma revisão sistemática publicada em 2025 na Health Affairs Scholar. Este estudo analisou outros 132 estudos sobre lockdowns nos EUA e apontou um desastre de saúde pública: efeitos prejudiciais em mais de 90% dos indicadores de saúde mental, obesidade e necessidades sociais relacionadas à saúde (desenvolvimento infantil, emprego, acesso a alimentos, estabilidade econômica). Mas serviu para salvar vidas, certo? Não encontraram evidências disso: “pouco ou nenhum efeito sobre a mortalidade por COVID-19”, escreveram os cientistas.
Se o assunto ainda fosse de interesse, todos acompanhariam um estudo taiwanês com quase 3 milhões de participantes, publicado em 2025 no International Journal of Medical Sciences. Este estudo comparou vacinados e não vacinados e encontrou nos vacinados COVID-19 um aumento de 84% no risco de necessitar diálise após um ano de acompanhamento, mesmo após ajustes para idade, comorbidades e outros fatores de risco renal. Quase o dobro.
Depois de tantos governos forçando o produto nas pessoas, com apoio da mídia, de entidades, universidades e corporações, realmente é melhor não dar destaque para o estudo italiano com toda a população de uma província (296.015 pessoas). Com acompanhamento por 30 meses, o estudo encontrou, na comparação entre vacinados e não vacinados COVID-19, um aumento de 54% no risco de hospitalização por câncer de mama entre mulheres vacinadas, além de aumentos em câncer colorretal (34%) em vacinados e bexiga (62%), também em vacinados. Esses achados foram confirmados posteriormente por estudo coreano com 8,4 milhões de participantes que encontrou padrões semelhantes em seis tipos de câncer, também comparando vacinados e não vacinados: próstata (69% maior risco), pulmão (53%), tireoide (35%), gástrico (34%), colorretal (28%) e mama (20%), com riscos variando por idade, sexo e tipo de vacina.
Se a pandemia ainda estivesse em pauta, teríamos que falar do estudo do Japão que viu progressão acelerada do câncer de pâncreas entre vacinados, quando comparado com não vacinados, confirmando os dados da Coréia e da Itália.
Melhor realmente que as pessoas esqueçam, porque senão teria que falar do estudo de Israel, com 500 mil crianças. Este estudo também comparou vacinados e não vacinados e viu um aumento de 23% de doenças autoimunes em crianças vacinadas no período estudado. E em longo prazo? Só esperando para ver.
Com o assunto nas rodas de conversa, teríamos que falar de outro estudo, com 500 mil pessoas, também da Coréia do Sul. Este constatou 22,5% de aumento de casos de Alzheimer entre os vacinados, quando comparados com quem não quis tomar o produto. Além de ter visto 137% de aumento de comprometimento cognitivo leve, o início do Alzheimer, no período estudado.
Como que os jornais que majoritariamente são dirigidos por idosos e majoritariamente apoiaram a coerção da vacina em jovens iriam noticiar outro estudo da Coréia do Sul, publicado em um periódico do grupo Nature, com mais de 2 milhões de pacientes que, quando comparou vacinados e não vacinados viu aumento brutal em distúrbios psicológicos, como 68% mais de depressão entre vacinados, 44% mais ansiedade, transtornos dissociativos, relacionados ao estresse e 93% mais transtornos do sono? Difícil virar manchete, digamos.
Com o assunto em voga, teríams todos que falar de outro estudo de Israel, onde acompanharam mais de 220 mil gestações e constatou aumento de abortos espontâneos e natimortos após vacinas COVID-19 entre grávidas vacinadas, quando comparadas com grávidas não vacinadas.
São estudos observacionais grandes, em periódicos respeitáveis, com controles. Se rejeitamos esses, precisamos rejeitar os estudos observacionais que “comprovam” que vacinas salvaram milhões. Não dá para aceitar um padrão e rejeitar outro. Afinal, os RCTs (estudos padrão ouro) originais das vacinas não mostraram redução de mortalidade. Contudo, na “narrativa oficial, para benefícios, redução de mortes,
estudos observacionais são tratados como prova causal definitiva. “As vacinas salvaram X milhões de vidas” vira manchete e as limitações metodológicas são minimizadas. Para malefícios (câncer, miocardite, etc), estudos observacionais são descartados como “apenas correlação” e exige-se RCT (que nunca será feito por questões éticas). E “Não podemos afirmar causalidade” vira o mantra. (Aqui, estou colocando você, leitor em uma encruzilhada honesta: ou aceita ambos os tipos de estudo, ou rejeita ambos. Não há como escapar mantendo a integridade intelectual).
Se a história recente fosse interesse do dia-a-dia, certamente as pessoas questionariam a curiosidade de só virem estudos comparando vacinados e não vacinados da Coréia do Sul e de Israel. Neste caso, provavelmente ecoaria a notícia recente publicada no The Telegraph, da Inglaterra. Eles noticiaram que o governo britânico foi pego ocultando dados que ligam vacinas COVID ao excesso de mortes, e que a desculpa governamental foi que era para “evitar angústia ou raiva”.
Ou seja, tem muito mais gente querendo pesquisar sobre isso e sobre outras doenças, mas a maioria dos governos estão retendo os dados. Os dados já apontam para uma realidade feia e um futuro ainda pior, e pode ser apenas a ponta do iceberg.
Se continuássemos falando da pandemia, teríamos que falar que, também no The Telegraph, ou seja, narrativa oficial – afinal, é um dos mais importantes jornais do reino unido – recentemente já noticiaram que houve uma revisão dos números, baseados em um novo cálculo da Universidade de Stanford. “As vacinas contra a Covid-19 ‘salvaram muito menos vidas do que se pensava inicialmente’”
Antes, a OMS falava em 20 milhões de vidas salvas com as vacinas COVID-19. Agora falam em uma fração disso: apenas 12,5% da estimativa da OMS. A matéria jornalística cuidadosamente explica que antes os cálculos estavam “excessivamente otimistas”. Não foi propaganda enganosa, pessoal. Era otimismo, sacou?
E a notícia prossegue: “Obrigatoriedades agressivas e fanatismo por vacinar todos a qualquer custo provavelmente foi uma má idéia”. Ou seja, os passaportes não eram para criar demanda e para gerar lucro vendendo o produto para quem nunca precisou. Foi apenas uma má ideia, entendeu? Um errinho científico à toa, inocente, sem vantagem pra ninguém, sabe?
Mas aí eu pergunto: alguém ficaria surpreso se na próxima revisão, daqui um tempo, falarem que não salvou ninguém? Eu, pessoalmente, não ficaria. Ou que, em um pouco mais de longo prazo, diante dos estudos comparando doenças críticas entre vacinados e não vacinados, que as vacinas COVID-19 mais matou do que salvou, tornando-se o maior desastre médico da história da humanidade? Eu, pessoalmente, não.
E, se todos estivéssemos analisando a pandemia, não olharíamos apenas na questão de saúde. Teríamos que estar falando que foi a maior transferência de renda da história da humanidade dos pobres para os bilionários. Não é mera retórica. Sim, foi a maior da história, segundo relatório da Oxfam Global 2022. Durante os anos de 2020 a 2022, enquanto bilhões de pessoas enfrentavam perda de empregos, fome e pobreza extrema, os bilionários viram suas fortunas explodirem, impulsionadas por pacotes de estímulo econômico, valorização de ações e lucros corporativos recordes.
“Os dez homens mais ricos dobraram suas fortunas durante a pandemia, enquanto a renda de 99% da humanidade caiu”, é o título do relatório.
“Os dez homens mais ricos do mundo mais que dobraram suas fortunas, passando de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão — a uma taxa de US$ 15.000 por segundo ou US$ 1,3 bilhão por dia — durante os dois primeiros anos de uma pandemia que viu a renda de 99% da humanidade cair e mais de 160 milhões de pessoas serem empurradas para a pobreza”, explicaram os dados. “Um novo bilionário surge a cada 26 horas, enquanto a desigualdade contribui para a morte de uma pessoa a cada quatro segundos”.
Certamente, se a sociedade estivesse discutindo isso, teríamos diversos intelectuais fazendo questionamentos, principalmente de como tudo isso foi planejado. Segundo outra matéria no The Telegraph, da Inglaterra, cientistas admitiram uso do medo para controlar comportamentos. “Cientistas de um comitê que incentivou o uso do medo para controlar o comportamento das pessoas durante a pandemia de Covid admitiram que seu trabalho foi antiético e totalitário”. Jura? Nem poderia imaginar.
“Houve discussões sobre a necessidade de usar o medo para incentivar a adesão, e decisões foram tomadas sobre como intensificar esse medo. A forma como usamos o medo é distópica”, declarou um cientista ao Telegraph.
“Claramente, usar o medo como meio de controle não é ético. Usar o medo cheira a totalitarismo. Não é uma postura ética para nenhum governo moderno. Por natureza, sou uma pessoa otimista, mas tudo isso me deu uma visão mais pessimista das pessoas”, declarou Gavin Morgan, psicólogo da equipe científica, ao jornal.
“O uso do medo foi definitivamente questionável do ponto de vista ético. Foi como uma experiência estranha. No fim das contas, saiu pela culatra porque as pessoas ficaram com muito medo.”
E todos vendo o assunto como página virada.
Covardia e vazio cultural
A geração da Guerra Fria foi forjada por velhos com poder sobre o botão nuclear. A resposta dos jovens foi um estrondoso: “fuck you, vamos fazer arte, amor e revolução”.
A nossa geração foi forjada por velhos com poder mandando vacinar crianças para que elas fossem escudos humanos. A resposta foi obediência silenciosa.
Cinco anos depois da crise dos mísseis, os Beatles lançaram “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”. Foi uma revolução na música. Nas rádios, disputava com o hit “I Can’t Get No Satisfaction”, dos Rolling Stones. Cinco anos depois do lockdown, nossa sociedade aprendeu a fazer reuniões por Zoom.
A guerra fria gerou uma revolução sexual, movimento hippie, a mini saia, os jovens tomando as ruas dos EUA, Rio, Cidade do México, Paris, África e Ásia. Gerou o maio de 68. Um medo existencial gerou uma explosão cultural. Na COVID, postamos fotos de pão caseiro no Instagram.
Guerra Fria: menor em escala global, gerou questionamento e explosão cultural monumental.
COVID: maior disrupção da história moderna, gerou vazio cultural absoluto.
E cadê o movimento que surgiu dessa experiência coletiva de medo? Nada. Temos dancinhas do TikTok. A humanidade passou pelo maior trauma coletivo desde a Segunda Guerra e saiu… menor. Mais medrosa. Mais covarde. Mais disposta a obedecer. Mais disposta a sacrificar os jovens para proteger os velhos. E sem nem ao menos um Woodstock.
Quando a Science, o Wall Street Journal, e até a própria comunidade científica admitem que as obrigatoriedades não fazem sentido? Silêncio. Ninguém pede desculpas. Ninguém reflete. Simplesmente mudam de assunto. Em muitos lugares, a obrigatoriedade continua até hoje, como no Brasil.
O que torna isso ainda mais perverso é a inversão moral grotesca. Na história, velhos sacrificam-se pelos jovens. Capitães ficam por último no navio afundando. “Crianças primeiro” nos botes do Titanic. Pais protegem filhos, não o contrário.
Na COVID: que se danem as crianças, precisamos proteger os velhos. Mesmo com o estudo de Prasad mostrando que jovens tinham mais risco de internação pela vacina do que pela própria doença. “Vale a pena sacrificá-los”, o mundo concluiu, por uma possível redução transitória, rápida.
Em sociedades primitivas, quando os deuses exigiam sacrifício, eram sempre os jovens. Virgens jogadas em vulcões. Primogênitos oferecidos em altares. Os anciãos decidiam, os jovens morriam.
Achávamos que tínhamos evoluído.
“As pessoas acharam normal estragar a saúde de crianças em nome de uma falsa proteção para idosos. Foram enganadas, mentiram muito e querem que todo esse mal simplesmente desapareça. Agem com desprezo ou agressividade ao serem confrontadas com a verdade”, afirmou um amigo, cirurgião cardiologista.
A linguagem usada não era científica, era religiosa. “Fazer sua parte”, “proteger os vulneráveis”, “seguir a ciência”. São dogmas, não método. Questionar virou heresia. “Negacionista”, “anticiência”, “assassino”. São acusações morais, não discordância científica.
Especialistas como sacerdotes. Jovens como sacrifício. Obedecer como virtude. Tudo por um “bem maior” que não existiu, enganoso.
Na Guerra Fria, o lobby da indústria bélica comandou o medo. Na COVID, o lobby da indústria farmacêutica que deu as cartas. As decisões favoreceram lucros recordes enquanto 160 milhões eram empurrados à pobreza extrema. Não é coincidência.
Somos, de fato, a sociedade mais covarde de todos os tempos. Não foi covardia ter medo da COVID. O medo era legítimo. A doença era real. As mortes eram reais. A covardia foi outra. Foi aceitar a inversão moral, velhos sacrificando jovens. sem ninguém questionar.
Foi obedecer propaganda enganosa de corporações com histórico de $33 bilhões em multas por fraude. Foi não criar nada, nenhuma arte, nenhum movimento, nenhuma cultura significativa do maior trauma coletivo em décadas. Foi esquecer rapidamente quando ficou inconveniente lembrar.
A Guerra Fria gerou “Born to be Wild” e o slogan “faça amor, não faça guerra”. A COVID gerou passaportes sanitários e apps de delivery. Nenhuma arte transformadora. Nenhuma revolução de pensamento.
Sete anos depois da Crise dos Mísseis, em agosto de 1969, Joe Cocker subiu no palco de Woodstock e cantou “With a Little Help from My Friends”. Sua reinterpretação da música dos Beatles tornou-se a mais poderosa performance ao vivo da história da música. Quatrocentas mil pessoas celebrando vida, não morte ou escudos humanos.
Duas crianças nasceram durante o festival. Mulheres grávidas de nove meses concluíram que não dava para perder aquele momento. Imagine o clima disso.
Quase seis anos depois dos lockdowns globais de março de 2020, temos… o quê exatamente?
Reuniões do Zoom. Pão caseiro no Instagram. Dancinhas no TikTok.
Ou alguém acredita que daqui a dois anos teremos o nosso Woodstock?
